Resolvi hoje escrever sobre um assunto que a todos diz respeito...
O nosso actual Governo socialista de José Sócrates completou cem dias à frente dos destinos deste pequeno país que vinha sendo muito mal "frequentado".
Diga-se desde já, para desfazer quaisquer dúvidas, que o balanço é globalmente positivo (pelo menos na minha opinião e na de - felizmente - muitos portugueses!).
Senão vejamos:
Por uma ou outra razão essencial, nunca, em mais de trinta anos de democracia, um Governo decidiu atacar, tão frontalmente, o movimento sindical, amplamente dominado pelos comunistas, e os escandalosos privilégios de uma administração pública despesista, laxista, incompetente e omnipresente em todos os sectores de actividade, hostil aos cidadãos que pagam os impostos e lhe sustentam os vícios.
Os espectáculos públicos que já aconteceram e os que se anunciam para os próximos dias são prova disso mesmo.
Milhares de funcionários públicos a marchar em Lisboa, boicotes aos exames do 9.º e 12.º anos mascarados por uma greve irresponsável e ilegítima de professores, ameaças de juízes e magistrados do Ministério Público, que podem, inclusive, pôr em causa as eleições autárquicas, marchas de polícias e enfermeiros, jornadas de luta da central sindical comunista.
Mas o que será isto, senão mais do que bons sinais para o Governo de Sócrates e uma excelente marca destes primeiros cem dias do Executivo socialista, que vem operando neste país (ainda!) fortemente marcado por um período salazarento e dominado pelo estatismo?
Admito, porém, que muitos dos dois milhões e meio de eleitores que puseram a cruz no PS nas eleições antecipadas e deram a Sócrates a primeira maioria absoluta da história dos socialistas devem andar, no mínimo, atordoados. O mais natural é que se sintam profundamente enganados, vítimas de um dos maiores embustes da jovem democracia portuguesa.
Mas terão verdadeiramente razão para tal? (Fica a pergunta...)
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Resolvi hoje escrever sobre um assunto que a todos diz respeito...<BR><BR>O nosso actual Governo socialista de José Sócrates completou cem dias à frente dos destinos deste pequeno país que vinha sendo muito mal "frequentado".<BR><BR>Diga-se desde já, para desfazer quaisquer dúvidas, que o balanço é globalmente positivo (pelo menos na minha opinião e na de - felizmente - muitos portugueses!). <BR><BR>Senão vejamos:<BR><BR>Por uma ou outra razão essencial, nunca, em mais de trinta anos de democracia, um Governo decidiu atacar, tão frontalmente, o movimento sindical, amplamente dominado pelos comunistas, e os escandalosos privilégios de uma administração pública despesista, laxista, incompetente e omnipresente em todos os sectores de actividade, hostil aos cidadãos que pagam os impostos e lhe sustentam os vícios.<BR><BR> Os espectáculos públicos que já aconteceram e os que se anunciam para os próximos dias são prova disso mesmo. <BR>Milhares de funcionários públicos a marchar em Lisboa, boicotes aos exames do 9.º e 12.º anos mascarados por uma greve irresponsável e ilegítima de professores, ameaças de juízes e magistrados do Ministério Público, que podem, inclusive, pôr em causa as eleições autárquicas, marchas de polícias e enfermeiros, jornadas de luta da central sindical comunista. <BR><BR>Mas o que será isto, senão mais do que bons sinais para o Governo de Sócrates e uma excelente marca destes primeiros cem dias do Executivo socialista, que vem operando neste país (ainda!) fortemente marcado por um período salazarento e dominado pelo estatismo?<BR><BR>Admito, porém, que muitos dos dois milhões e meio de eleitores que puseram a cruz no PS nas eleições antecipadas e deram a Sócrates a primeira maioria absoluta da história dos socialistas devem andar, no mínimo, atordoados. O mais natural é que se sintam profundamente enganados, vítimas de um dos maiores embustes da jovem democracia portuguesa. <BR><BR>Mas terão verdadeiramente razão para tal? (Fica a pergunta...) <BR<<BR>Quem diria que o jovem secretário-geral socialista, que se mostrava parco em palavras sobre assuntos mais delicados, preparava, no segredo dos deuses, um extraordinário ataque aos poderosos sindicatos e à grandiosa administracção pública?<BR> Ninguém, absolutamente ninguém...<BR><BR>E já agora, ácerca da recente polémica sobre as remunerações de certas pessoas que de uma forma ou outra são "Poder", e ácerca da qual li e ouvi vozes importantes (ligadas ao sistema, claro...) afirmar, ou quase, que os portugueses são uns invejosos que acham que a classe política deve ser, mais ou menos, uma espécie de ordem mendicante. E acrescentavam que, a continuar-se assim, dentro em breve não teríamos autênticos valores e competências dispostos a exercer o "Poder" como ainda por cima nos arriscávamos a que ninguém se interessasse pelo governo da "res publica".<BR><BR>Pura demagogia! <BR>A questão não é tanto saber se os políticos têm salários escandalosos (que de facto não têm, comparados com outros...) - a questão é estabelecer-se que não devem ter regalias leoninas, como subvenções vitalícias ou regimes especiais de pensões, etc., mais etc.. <BR><BR>Tiro por isso o chapéu ao primeiro-ministro, porque teve a coragem de meter a mão num vespeiro (basta notar as reacções que até dentro do seu próprio partido já se verificaram...). <BR>Não será esta uma extraordinária medida de saneamento, mas pelo menos vai dando a ideia de que, como afirmou, "<I>desta vez não vão ser sempre os mesmos</I>" a pagar a crise.<BR><BR>Quanto ao perigo de a carreira política deixar de vir a ter interessados - não brinquem connosco! <BR>A classe política não será uma espécie de associação de oportunistas - mas também não é propriamente um coro celestial. É feita de gente de carne e osso.<BR> Logo, admito que alguns, poucos, se julguem uns eleitos que o destino fadou para se casarem com a Pátria - mas a maioria dos que querem ser deputados, presidentes de câmara e por aí fora querem o quê? Poder, notoriedade, currículo, um trampolim para situações melhores - ou pura e simplesmente um ordenado que de outro modo não aufeririam...<BR><BR>Por isso, quando o Governo anunciou medidas para acabar com os dinossauros políticos, assistiu-se por esse país fora a um clamor de choro e ranger de dentes. Praticamente, ninguém esteve de acordo. Todos queriam continuar a servir a Pátria, sabe-se lá até quando. Só que não há Pátria que resista a tanto patriotismo...<BR><BR>Por tudo isto e por tudo o que ainda virá por aí... marcamos encontro para daqui a mais 100 dias...